sexta-feira, 26 de setembro de 2008

STF cassa sanções previstas em lei tributária de 88.

Administração tributária - Sanções previstas em lei tributária de 88 são cassadas pelo Supremo.
Por unanimidade, o STF cassou definitivamente dispositivos de uma lei de 1988 sobre administração tributária, que previa a apresentação de certidão negativa de débito fiscal por parte dos contribuintes que quisessem se mudar para o exterior, registrar ou alterar contratos e participar de licitação no setor público, entre outras hipóteses. A decisão foi tomada no julgamento de duas ADIns (173 e 394) ajuizadas pela CNI e pelo Conselho Federal da OAB logo após a edição da lei 7.711/88 (clique aqui). Em 1990, o STF concedeu liminar para suspender os dispositivos da norma. Segundo o relator das ações, ministro Joaquim Barbosa, "as normas impugnadas operam inequivocamente como sanções políticas". Ele lembrou que, "historicamente", o STF reafirma a impossibilidade de o Estado impor esse tipo de sanção ao contribuinte como forma de coagi-lo a quitar débitos fiscais. O ministro Marco Aurélio também ressaltou a "vetusta jurisprudência" do STF no sentido de impedir que o estado exercite esse tipo de coação. Ele afirmou que "qualquer ato que implique forçar o cidadão a recolhimento de imposto é inconstitucional". Seguindo esse mesmo entendimento, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito frisou que "é necessário fazer uma repressão imediata e dura com relação a esse tipo de exigência, porque o contribuinte fica completamente descoberto". Os ministros também chegaram à conclusão que o dispositivo da lei que impedia o contribuinte de se habilitar e participar de licitações no setor público foi revogado pela Lei de Licitações (lei 8.666/93 - clique aqui), por ser mais abrangente e prever essa hipótese. Foram declarados inconstitucionais o artigo 1º (incisos I, III, IV e parágrafos 1º, 2º e 3º) e 2° da lei 7.711/88. O dispositivo considerado revogado é o inciso II do artigo 1º da lei.
Processos relacionados :
ADIn 173 - clique aqui. ADIn 394 - clique aqui.
STF.

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